Pois bem: a produção de petróleo cru estabilizou realmente em 2005 e hoje em dia, sete anos depois, continua patinando em 74 milhões de barris diários (as informações que apresentam as caras tecnologias de águas profundas, "fracking", e outras, como solução do problema, não passam de propaganda irresponsável).
Com a estabilização de 2005, a crise financeira
internacional estourou três anos depois, no elo mais
fraco da corrente: os papéis imobiliários e produtos
"derivativos".
Se alguém não se deu conta ainda do brutal impacto dessa falta de crescimento sobre a oferta global de energia, a mera inspeção das curvas abaixo deveria ser suficiente para acordar o mais teimoso dos céticos.
O gráfico da EIA (Energy Information Administration) mostra que a defasagem entre o crescimento da produção de óleo cru projetado em 2005 e a produção realmente alcançada em 2010 já era da ordem de 12 milhões de barris por dia, chegando hoje aos 16 milhões de barris diários, pois a produção continua hoje abaixo dos 74 milhões.
Se cada milhão de barris a menos significa um déficit de 1736 Gwh (Gigawatts-hora), então 16 milhões de barris a menos por dia somam 16 x 1.736 x 365 = 10.138.240 GWh ao fim de um ano.
Ora, considerando que uma usina atômica do porte da Usina de Angra dos Reis gera em um ano 11.000 Gwh, o presente déficit energético precisaria ser compensado com imediata entrada em operação de 920 usinas iguais a de Angra dos Reis.
Um extraordinário golpe na economia mundial, que só tende a crescer exponencialmente no momento em que a produção deixe de estar meramente estabilizada, para decair no mesmo ritmo decrescente da produção dos velhos campos, espalhados por todo o planeta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário