sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O Crepúsculo do Petróleo

O que motivou este Blog



 Em "O Crepúsculo do Petróleo” (©2005 - Editora Brasport),  a constatação de que energia é a capacidade de produzir trabalho, associada ao conceito de capital como trabalho acumulado, levou à formulação da hipótese de que, grosso modo,  o  “capital” que representa o total da riqueza fluindo em certo período em uma sociedade pode ser medido pela energia despendida no mesmo período para produção e o desfrute dos bens acumulados.  

Um economista diria que o valor do dinheiro decorre fundamentalmente da crença de que ele possa ser trocado por bens e serviços, mas do ponto de vista dos mais afeitos a realidades físicas,  o que é indistinguível de “capital” – e confere valor ao dinheiro – é o fluxo de energia aplicada como trabalho na produção de bens e serviços.

Se representarmos por P o valor de todos os bens e serviços produzidos num período elementar de tempo dt,  então 
                        
pode ser considerada a criação de riqueza (capital) ocorrida no tempo t em que foi simultaneamente despendida uma quantidade ε de energia. 

Inversamente, a medida da energia armazenada em um concentrador qualquer de energia corresponde ao capital representado pelos bens a serem criados por sua capacidade de produzir trabalho.

Desse modo, a energia armazenada no subsolo em consequência do enterramento de incontáveis gerações de formas de vida animais e vegetais, ou outro eventual tipo de concentração abiótica, pode ser considerada como um incomensurável  depósito de capital virtual, uma conta bancária dotada de enormes fundos  à disposição dos primeiros que tiverem meios adequados à sua extração.


No livro citado acredito haver conseguido demonstrar de modo suficiente que os combustíveis fósseis -- principalmente o petróleo, jorrando em grande quantidade – foram os instrumentos que capitalizaram a expansão da nossa civilização industrial, desenvolvendo a “aldeia global” que conhecemos, no incrivelmente curto espaço de tempo decorrido entre as décadas de ’30 e ’40, e o ano 2000.


Creio haver mostrado também as razões pelas quais a partir do momento em que esse jorro de “ouro-negro” deixar de crescer, a economia mundial – que depende, cada ano, do crescimento dele para poder crescer – entrará inevitavelmente em colapso.

O fato concreto é que a publicação desse livro provocou um inesperado aumento da minha quota habitual de e-mails, originada de velhos e novos amigos, ou de pessoas desejosas de comentar as afirmações do livro, ou de gente preocupada com as providências cabíveis, em termos familiares e pessoais, ante um quadro sombrio de crises encadeadas, deflagradas pela crise energética.

Não se pretende com este blog outra coisa que a criação de um canal mais facilmente acessível, que melhore a eficácia dessa troca de informações.



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